“Sujeitai-vos,
pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” Tiago 4:7
A Batalha
espiritual consiste no constante conflito que envolve as forças divinas, as
malignas e o ser humano. Thomas Carlyle certa vez disse “O homem nasceu para
lutar e a sua vida é uma eterna batalha.”
Partindo desta
lógica todos nós, dia após dia enfrentamos inúmeras guerras sejam estas no
campo físico ou na esfera espiritual. Caso Deus, por exemplo, abrisse nossos
olhos nesse exato momento para que pudéssemos contemplar o mundo espiritual,
com toda certeza veríamos demônios com setas inflamadas tentando nos destruir e
nos influenciar para que venhamos nos desviar da vontade de Deus. Ao mesmo
tempo poderíamos enxergar os anjos de luz do Senhor se colocando na frente dos
dardos malignos a fim de nos proteger de toda ação satânica.
A própria bíblia
diz que quem é de Deus o maligno não lhe toca (I João 5.18), contudo o mesmo
texto nos informa do perigo gerado pelo pecado. Nossas atitudes de
desobediência abrem brechas em nossa armadura espiritual, nos tornando alvos
fáceis para as flechas do inimigo.
Antes de tudo,
nós como cristãos precisamos possuir uma consciência de guerra, a qual nos faz
entender que a vida é feita de muitas batalhas e em cada uma destas nós
precisamos ter a ousadia de um vencedor e a coragem de um guerreiro, não
importando o que se apresente a nossa frente, pois maior que os obstáculos e do
que o inimigo é o nosso Deus (I João 4.4), como diz o Salmos 46.9-11: “Ele faz
cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os
carros no fogo. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os
gentios; serei exaltado sobre a terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; o
Deus de Jacó é o nosso refúgio.”
No prisma da
guerra espiritual, nós lutamos contra espíritos malignos e não contra homens.
Essa luta, portanto, deve ser travada de modo que a autoridade e o poder de
Cristo nos torne vencedores.
“Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum.” Lucas 10:19
Quando criamos a
consciência de que estamos em guerra, nós passamos a nos antecipar às lutas,
nos preparando e nos moldando para os desafios. Assim, como nenhum soldado vai
para batalha desarmado, nós precisamos estar preparados com os armamentos adequados para derrubar as tropas de hostes e principados infernais.
Infelizmente,
tem pessoas que não se adequam a demanda do momento, são crentes que só acordam
para guerra quando a batalha já está renhida e os exércitos inimigos já estão a
postos. A preparação é um dos pilares do sucesso, logo, devemos nos antecipar
aos problemas e prever de forma racional as estratégias que iremos usar para alcançar
as respectivas vitórias, entendendo que a batalha é real, tão real quanto o ar que
respiramos.
Não podemos ser
crentes negligentes e passivos, os quais levam uma vida cristã de qualquer
maneira, do jeito que acham melhor, são desatentos, inertes e brincam em meio a
um tempo de guerra como se esquecessem que o inimigo está se armando
violentamente para o combate.
É importante
observarmos também que além das batalhas espirituais, todos nós vivemos durante
nossos dias desafios que precisam ser vencidos. Lutamos no mercado de trabalho
para obter um bom emprego, e precisamos nos preparar com estudo, dedicação e
bons relacionamentos. Lutamos diariamente
contra o pecado e guerreamos com as coisas que tentam nos afastar de Deus. Alguns
lutam, por exemplo, pela libertação de um ente querido, batalham para dar uma
condição melhor as suas famílias.
Cada um de nós
combate contra problemas e adversidades as quais visam nos impulsionar à
derrota, mas em nome de Jesus creia que independente das circunstâncias e das
dificuldades em todas as coisas nós somos mais que vencedores. (Romanos 8.37)
Quando se fala
em batalha espiritual, nós precisamos entender que temos dois principais
inimigos:
1)Carne – é a
natureza humana que se inclina para o pecado. O próprio Jesus disse que a carne
é fraca. Paulo declarou que ele combateu o bom combate, e dentro deste ele teve
que mortificar sua própria carne todos os dias. Ele lutava contra sua natureza,
contra seus desejos pecaminosos, contra seu eu individualista .
“Porque, se
viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as
obras do corpo, vivereis.” Romanos 8:13
2)Diabo –
significa maligno ou Satanás adversário.
O inimigo odeia tudo que se refere a Deus e ao homem, porque nós somos coroa da
criação divina.
Fato é que nós
não podemos supervalorizar o diabo, porque em Cristo somos maiores que ele. Mas
também não podemos subestimá-lo, já que este é sagaz, ágil e forte. Quando o inimigo
ainda se chamava Lúcifer, nos tempos de eternidade, não havia anjo como ele, este
era de classe única “Querubim ungido”, o aferidor de medidas.
Ao se rebelar, o
inimigo perdera sua beleza e glória, mas ele manteve sua força. É por isso que
a bíblia o chama de deus deste século e o compara à venenosa serpente e ao
temido dragão, afirmando, inclusive, que este com sua cauda arrastou 1/3 das
estrelas do céu (Apocalipse 12.4), referindo-se aos anjos.
Assim, mesmo não
sendo onipresente nem onisciente satanás consegue nos monitorar, andando ao
nosso derredor, tendo em vista que ele dispõe de um reino bem estruturado,
organizado em principados, hostes e tropas de anjos caídos (demônios).
Para vencer as
batalhas espirituais nós precisamos nos revestir das armas certas descritas em
Efésios 6. 10-17:
“No demais,
irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de
toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas
do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim,
contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas
deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto,
tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo
feito tudo, ficar firmes. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos
com a verdade, e vestida a couraça da justiça; E calçados os pés na preparação
do evangelho da paz; Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis
apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da
salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;”
- Couraça da
verdade e da justiça - protegem os órgãos vitais chamados coração e pulmões.
Assim, a verdade de Deus é o que mantém nossos corações e sentimentos intactos, bem como nosso fôlego de vida espiritual.
- Calçados os
pés na preparação do Evangelho - Significa um novo andar conforme os princípios
do Evangelho.
- Escudo dá fé -
durante as provocações e questionamentos, quando as dúvidas forem lançadas, a nossa
fé nos manterá protegido na batalha. A fé é a nossa defesa contra os ataques de
Satanás.
- Capacete da
salvação - Significa que nossa Cabeça (raciocínio/mente/pensamentos) deve se
guiar pela salvação de Deus. Assim, através da nossa consciência racional que
gera uma crença podemos nos conectar a Jesus Cristo nosso eterno General.
- Espada do
Espírito - É a palavra de Deus, está é nossa arma de ataque. Foi com ela que
Jesus venceu Satanás no deserto, é através da palavra de Deus que os demônios
caem por terra. Uma Igreja que valoriza outras coisas em um culto em detrimento
da palavra é uma igreja vulnerável e ineficiente, assim como é ineficiente um
soldado sem espada em uma guerra.
É interessante notarmos
que as armas que satanás utiliza são dardos ou flechas. É por isso que Apocalipse
6.2 retrata a visão de um cavaleiro portanto um arco, o qual se refere ao
Anticristo.
O Espírito Santo
está dentro de nós e os anjos ao redor. Contudo Satanás está ao derredor. (I
Pedro 5.8). Perceba que estar ao derredor significa que não se está tão perto a
ponto de se poder usar uma espada. Contudo também não se está tão longe, o que
ainda mantém o alcance da flecha.
O arco é
utilizado para lutar de média distância, não há combate corpo a corpo, fere-se
o inimigo de forma sorrateira. Um arco é ineficaz em combates diretos, porque o
tempo de pegar a flecha, posicioná-la e encontrar a mira certa é tempo demais.
Permitindo assim, que o outro combatente o qual possui uma espada o elimine.
Portanto, o inimigo sempre vai evitar um combate direto, ele age de forma sagaz
e sorrateira através de flechas que são lançadas de longe.
Ao analisarmos Apocalipse
19 verificamos que Jesus vem assentado em um cavalo branco, porém, de acordo
com Apocalipse 1 a sua arma é uma espada aguda de 2 fios que sai de sua boca, reforçando
a doutrina de que a espada é a palavra entre outras coisas porque ambas saem da
boca. A espada é a arma utilizada para combates diretos, corpo a corpo. É um embate
mais justo e digno.
E quem sabe você,
caro leitor, esteja perguntando por que Deus não nos livra DAS lutas, mas NAS
lutas?
Talvez porque
Deus sabe que em regra nós damos mais valor aquilo que lutamos. Na verdade, as
adversidades nos fazem crescer e forjam nosso caráter, nos aproximando mais de
Deus pois assim reconhecemos nossa total dependência Dele.
“Foi-me bom ter
sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” Salmos 119:71.
“E não somente
isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz
a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a
esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos
corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Romanos 5:3-5
As batalhas que
Deus nos permite passar não são para nossa destruição, mas para que a glória e
a esperança Dele se manifeste em nossas vidas nos dando grande vitória!
“Porque a nossa
leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui
excelente;” II Coríntios 4:17
Está chegando o
dia em que travaremos nossa última guerra. Nós voltaremos a essa terra com Jesus
e destruiremos o Anticristo e suas tropas na Batalha do Armagedom. Naquele dia o
Messias estará assentado em seu cavalo branco, na sua coxa estará escrito Rei
dos reis e Senhor dos senhores e nós os seus santos iremos vencer como Ele,
reinando por toda eternidade para glória de Deus!
Que possamos lutar até a
morte se for preciso nesta existência, para que possamos sentir o sabor da
vitória na vida eterna que nos espera onde seremos coroados como verdadeiros
campeões ...
Eduardo Galdino de Souza
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