sexta-feira, 29 de agosto de 2014

CHAMADOS PARA UMA MISSÃO!

A história de Jonas é uma das mais conhecidas da bíblia, ela era filho de Amitai ( Jonas 1.1). É mencionado em II Reis 14.25 como um profeta de Israel, o Reino do Norte, durante o reinado de Jeroboão II (793—753 a. C.). Jonas recebeu de Deus uma missão na qual ele deveria profetizar à cidade de Nínive, capital da Assíria cujo povo era conhecido por suas crueldades e abominações. 

Missão é a razão principal da existência de um ser ou instituição ... e tudo o que se faz neste ser ou na instituição deve ser feito em função da missão. É um encargo, incumbência ou desempenho de um dever. A primeira coisa que precisamos entender é que Deus não colocou nenhum de nós nessa terra sem um fim. Ele nos deu desígnios, nos dotou de uma missão, a fim de que viéssemos adorá-lo e pregar a sua Palavra. O próprio Jesus nos vocacionou através do mandamento do “IDE”, e a verdade é que apesar de sermos livres isso não nos isenta das responsabilidades e dos deveres inerentes ao reino. Em Marcos 16.15 encontramos o verbo no imperativo, indicando que a evangelização dos perdidos não é uma questão de escolha, mas uma obrigação pessoal de cada crente. Portanto, negligenciar a missão significa não se importar com a vontade de Deus.

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16:15

“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada.”  1 Coríntios 9:16-17

Uma comunidade que não evangeliza é uma igreja egocêntrica e egoísta. Infelizmente, vivemos dias em que as pessoas se preocupam com a administração do templo, com os dízimos, nos preocupamos com os louvores, com as atividades internas, etc. E tudo isso é importante, mas a realidade é que tais coisas são acessórias, o principal é pregar o evangelho. Nós não fomos eleitos para vivermos inertes em nossas escolhas pessoais, Cristo não morreu para que viéssemos em um culto semanal de domingo e nos esquecêssemos do próximo. Ele irá requerer as oportunidades perdidas, as palavras não ditas e as omissões covardes.

Deus não precisa de nós, mas Ele conta conosco. Que não venhamos decepcionar a pessoa que mais nos ama, e esta Pessoa é o Senhor Jesus. 

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” Atos 1:8 

Ainda que você não possa ir a Samaria e aos confins da terra, Jerusalém e Judeia, seu bairro, sua rua e as pessoas do seu ciclo de relacionamento é de sua responsabilidade.

Deus não elege os capacitados, Ele capacita os escolhidos, e é por isso que todos nós somos missionários no sentido amplo ou lato sensu. O Criador nos deu uma mente sã, nos deu uma boca, mãos, pernas, dons, talentos, recursos e oportunidades, então, precisamos nos utilizar disso tudo para glória Dele!

É triste perceber que Jonas priorizou sua própria vontade, ele tentou fugir de Deus e acabou parando dentro do ventre de um peixe onde ficou por 3 dias.

Observe que segundo a narrativa bíblica ele desceu até a cidade portuária de Jope, para dali fugir para Társis. Tal cidade ficava ao sudeste da atual Espanha, a uma distância de aproximadamente 3.000 km de Israel. Era, portanto, um dos lugares mais remotos em relação à terra santa, em direção oposta a Nínive

A que distância nos encontramos do chamado de Deus? Estamos perto? Estamos longe? Será que estamos fugindo de nossas responsabilidades? Ou estamos de fato no centro da vontade do Pai? Existe muito crente fugindo do seu ministério e negando a sua vocação! 

Jonas era um típico crente julgador, criticava e julgava os ninivitas mas não conseguia enxergar a maldade de Israel. Para Jonas Nínive não merecia, não era digna da salvação. Jonas se esqueceu que salvação não é questão de merecimento ou origem. Salvação é graça.

A desobediência do profeta atraiu inúmeras tempestades. Assim é a vida da pessoa que não atenta para bíblia, é uma vida de constantes tempestades e adversidades. Prosseguindo na análise, verificamos que Jonas foi jogado ao mar e no ventre do peixe Ele se arrepende:

“E orou Jonas ao SENHOR, seu Deus, das entranhas do peixe. E disse: Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz. Porque tu me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado por cima de mim. E eu disse: Lançado estou de diante dos teus olhos; todavia tornarei a ver o teu santo templo. As águas me cercaram até à alma, o abismo me rodeou, e as algas se enrolaram na minha cabeça. Eu desci até aos fundamentos dos montes; a terra me encerrou para sempre com os seus ferrolhos; mas tu fizeste subir a minha vida da perdição, ó Senhor meu Deus. Quando desfalecia em mim a minha alma, lembrei-me do Senhor; e entrou a ti a minha oração, no teu santo templo. Os que observam as falsas vaidades deixam a sua misericórdia. Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei. Do Senhor vem a salvação. Falou, pois, o Senhor ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra seca.” Jonas 2:1-10


Após um clamor sincero Deus muda a história do profeta. Que possamos lembrar que Cristo é especialista em transformar nossa história, Ele nos enche de paz, alegria, felicidade e esperança.

Algo que me chama a atenção nessa passagem é que Deus tem sempre uma nova oportunidade para nos dar. Ele é o Deus das Oportunidades. E a grande verdade é que em meio às tempestades da vida Jeová nos dá a oportunidade de nos superarmos e obtermos a vitória. Jonas aproveitou sua segunda chance e diz a bíblia que toda a cidade, do rei aos animais jejuaram a Deus. O milagre foi tão grande que o próprio Cristo se compara a Jonas em Mateus 12. 39 ao 41:

“Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém, não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas; Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é maior do que Jonas.”

Interessante também que a história de Jonas não termina, não tem fim. Infelizmente o profeta queria ser intransigente, o capítulo 4 nos afirma que Jonas sai de Nínive e espera que o Senhor a destrua. O profeta constrói um abrigo numa colina, com vista para a cidade, onde ele aguardava o dia indicado para o julgamento. Deus, entretanto, usa este tempo de espera para ensinar algo precioso a todos nós. Ele gera um pé-de-abóbora para crescer durante a noite, a fim de dar sombra ao profeta. Jonas se alegra… Mas, à noite o Criador traz um verme o qual come a planta e ela morre. Vem depois um vento bem quente e intensifica a sede do profeta. Jonas, então, expressa seu descontentamento com a situação, o pé-de-abóbora que morreu.

O Senhor responde e mostra a incoerência do profeta, evidenciando que Jonas se preocupava mais com um vegetal do que com o destino de seres humanos. A reação de Jonas remete ao materialismo, onde coisas tem mais valor que pessoas. Onde o TER é mais importante que o SER, onde a comodidade e conforto são prioridade e tudo o mais é visto como resto.

Assim, o livro do profeta menor termina com uma pergunta divina:

“E disse o Senhor: Tiveste tu compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer, que numa noite nasceu, e numa noite pereceu; E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?” Jonas 4:10-11

A resposta não foi registrada, o livro não tem um fim, porque essa história não é apenas a história de Jonas. Essa é a minha história, essa é a nossa missão. Só nós podemos dar a resposta a Deus e dizer como nossas histórias irão terminar. 

Decida terminar sua história ao lado de Deus, amando sua missão. Não a termine no ventre de um peixe ou em um deserto, honre seu chamado e finde seus dias nos braços do Pai ...

                                                                                                             
                                                                                                  
                                                                                                           
                                                                                                                   Eduardo Galdino de Souza

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