FELIZ PÁSCOA!

A Páscoa é uma antiga festa de origem judaica, sua natureza decorre do termo hebraico “Pesah” que significa passagem. A Páscoa foi ordenada por Deus no livro do Êxodo capítulo 12, onde os israelitas deveriam sacrificar um cordeiro e passar o seu sangue nas portas das casas a fim de que estes estivessem imunes à décima praga lançada ao Egito que eliminaria todos os primogênitos da terra. Ainda fazia parte da ordenança que o povo viesse a comer pães ázimos (pães sem fermento) os quais aludiam à pureza.

A Páscoa, portanto, consistia na celebração do povo judeu quanto a liberdade da opressão egípcia e uma nova vida prometida por Deus na terra de Canaã. Tal festa também se conecta ao fato do povo ter cruzado o grande mar Vermelho sobre a terra seca, demonstrando assim o ápice da passagem para uma nova história, para a ressurreição de Israel como uma nação independente.

“Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.” Êxodo 12:27

É importante mencionarmos que a Páscoa no Velho Testamento possui uma dimensão profética e um caráter Cristocêntrico. Na verdade, a ordenança de Deus apontava para o sacrifício futuro do Cordeiro Imaculado que derramaria seu sangue para remissão dos nossos pecados e salvação da humanidade.

“No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29

A Páscoa Cristã assume um significado mais profundo, sendo esta a representação da passagem da morte para vida através do sacrifício e da ressurreição de Jesus. Assim, a Páscoa é a época de morrermos para o mundo e para o pecado, é o momento de mortificarmos nossas carnes e nascermos em Cristo.

“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.” Isaías 53:4-12

Pode-se concluir então, que viver a Páscoa é dizer sim ao amor e a vida, é ressuscitar o nosso interior. Páscoa é tempo de perdão e renascimento, é tempo de se entregar a redenção pelo sangue do Jesus Cristo. É tempo de recomeço, é época de paz, solidariedade e fraternidade.

Eu imagino cada gota de sangue, posso imaginar a coroa de espinhos, os pregos, a dor, a cruz ... Tudo isso por mim e por você, para que hoje nós pudéssemos ter vida em abundância. Antes de triunfar sobre a morte Jesus comemorou a Páscoa com seus discípulos por meio da Santa Ceia, onde nos foi ordenado a contínua comemoração da Páscoa a fim de que nunca viéssemos esquecer o grande amor que O levou a dar-se A si mesmo por nós.

“E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” 1 Coríntios 11:24-26

Infelizmente, vivemos dias em que o sistema capitalista sobre um ótica materialista e consumista tem difundido um pseudo sentido da Páscoa, onde bombons e coelhos parecem ter mais importância que Jesus. Para alguns a Páscoa é apenas mais uma festa familiar onde as pessoas trocam abraços e ovos de chocolate. Que nós possamos a cada dia valorizar o real sentido da Páscoa que está no sacrifício de Cristo. Que possamos lembrar continuamente que se estamos aqui hoje é porque Ele ao terceiro dia, no domingo pela manhã, ressuscitou e deu o verdadeiro sentido a nossa vida, a nossa Páscoa …

Que possamos ressuscitar espiritualmente a cada dia a fim de que em breve tenhamos a honra e o privilégio de nos assentarmos à mesa de Deus e juntos com os anjos celebrarmos as Bodas do Cordeiro!

“ … o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis.” Apocalipse 17:14

“Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou.” Apocalipse 19:7

Eduardo Galdino de Souza